O maior radiotelescópio do mundo detecta sinais repetidos vindos do espaço



O gigantesco radiotelescópio da China detectou uma impressionante gama de sinais especiais de uma galáxia a 3 bilhões de anos-luz de distância. Os sinais, conhecidos como rajadas rápidas de rádio (FRBs), são emissões extremamente curtas, mas muito poderosas, de ondas de rádio. Embora ainda não tenhamos certeza sobre o que os FRBs realmente são, ou de onde eles vêm, esses sinais específicos foram rastreados para emitir a partir do FRB 121102, um dos poucos FRBs que foram pegos repetindo.

O Radiotelescópio Esférico de Abertura de Quinhentos Metros (FAST) vem escaneando o trecho do céu onde o FRB 121102 se origina e conseguiu detectar mais de 100 sinais entre 30 de agosto e os primeiros dias de setembro. Este é o maior número de rajadas detectadas até agora para esta fonte, com 20 pulsos observados apenas em 3 de setembro.

O FRB 121102 é um dos apenas 10 FRBs conhecidos e o primeiro a ser descoberto. O fato de estar se repetindo tornou possível encontrar sua origem, uma galáxia anã a 3 bilhões de anos-luz da Terra e sua provável fonte, uma estrela de nêutrons se movendo através de um campo magnético incrivelmente poderoso. Ainda há incertezas sobre como essas explosões são produzidas, no entanto, muito mais dados, como essas observações coletadas pelo FAST, são necessários.

O FAST é o radiotelescópio mais sensível do mundo. O prato único é construído na depressão de Dawodang, província de Guizhou, sudoeste da China e mede 600 metros de diâmetro, tornando-o o maior radiotelescópio do mundo. A partir de ontem, o telescópio foi submetido a uma revisão nacional, onde passará de um projeto em construção para uma manutenção completa para ser aberto a astrônomos do mundo inteiro.

Os FRBs são alguns dos eventos astronômicos mais incríveis que já observamos. Eles duram apenas uma fração de segundo. Estimativas recentes sugerem que talvez mais de 150 desses eventos possam ser vistos da Terra todos os dias. Dado que a maioria deles é único, encontrá-los é apenas uma questão de acaso, olhando para o lugar certo na hora certa.

As detecções desses eventos aumentaram nos últimos anos e agora também podemos acompanhar a detecção em tempo real. Ainda precisamos ter uma imagem completa dos FRBs, mas estamos obtendo cada vez mais insights a cada nova observação. [IFLS]

Divulgador científico há pelo menos 6 anos, dedica seu tempo a tornar a astronomia mais popular entre o público leigo, constantemente traduzindo, escrevendo e adaptando matérias com abordagem didática para o projeto Mistérios do Espaço. É natural da cidade de Conceição do Coité e está graduando em Comunicação Social, pela Universidade do Estado da Bahia.

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