Imprensa local fala em até 23 estados atingidos. É o primeiro grande apagão no país desde março.
Pessoas aguardam o retorno da energia em estacionamento de um shopping center, em Caracas, na segunda-feira (22) — Foto: Matias Delacroix/AFP
Um novo apagão na Venezuela deixou grande parte do país sem energia elétrica nesta segunda-feira (22). De acordo com a agência Reuters, ao menos 14 estados ficaram sem luz elétrica. Entretanto, veículos de imprensa venezuelanos como o jornal "El Nacional" falam em até 23 estados atingidos, além da capital Caracas.
O ministro da Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez, afirmou que "um ataque eletromagnético" à hidrelétrica de Guayana causou a queda de energia no país. Ele não disse, porém, quem teria feito o ataque – nem deu detalhes sobre a suposta ação.
"Ativamos mecanismos para atender às contingências nos serviços de água potável, transporte, vigilância e abordagens de qualquer conjuntura nos serviços de saúde", disse Rodríguez.
Funcionário de padaria observa menor movimento em dia de blecaute na Venezuela — Foto: Manaure Quintero/Reuters
A declaração do ministro remonta à preocupação com o fornecimento de serviços básicos à população venezuelana durante o blecaute. Em março, imagens de venezuelanos procurando por água potável e com problemas no acesso à saúde circularam pelo mundo (leia mais no fim da reportagem)
Anteriormente, a empresa estatal Corporação Elétrica Nacional (Corpoelec) informou apenas que uma "avaria" afetou os setores da capital, sem dar a dimensão do blecaute.
Blecaute na Venezuela interrompe funcionamento de metrô de Caracas — Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters
De acordo com a agência France Press, a energia caiu às 16h41 (horário local, 14h41 de Brasília). Com o blecaute, estações de metrô ficaram fechadas. Semáforos ficaram sem funcionar, o que causou transtornos no trânsito de Caracas.
Veículos de imprensa locais apontavam que a energia elétrica ainda não havia retornado a Caracas até as 20h45 (horário de Brasília) desta segunda-feira.
Os blecautes são comuns na Venezuela, especialmente no oeste do país. O governo chavista geralmente acusa opositores de sabotagem, enquanto a oposição e especialistas do setor responsabilizam o regime de Nicolás Maduro pela falta de investimento em infraestrutura e corrupção em meio a uma grave crise econômica.
Em março, a Venezuela sofreu uma série de apagões – considerados os piores em décadas – quando 23 estados além de Caracas ficaram sem energia. Milhões de pessoas ficaram sem água corrente ou acesso a serviços de telecomunicações.
O governo de Nicolás Maduro atribuiu o apagão a "ataques terroristas" contra a usina hidrelétrica de Guri (estado Bolívar, sul), que gera 80% da eletricidade consumida no país, e culpou a oposição e os Estados Unidos.
Postar um comentário