Um coletor robótico de lixo espacial, com quatro braços, será lançado ao espaço pela Agência Espacial Européia – ESA, no que dizem ser a primeira missão para remover um item de destroços da órbita.
A missão ClearSpace-1, programada para ser lançada em 2025, custará 120 milhões de euros e pegará um único pedaço de lixo. Mas a agência espera que a missão pavimente o caminho para uma operação abrangente, com o diretor-geral da ESA exigindo novas regras que obrigariam aqueles que lançam satélites a assumir a responsabilidade de removê-los da órbita quando forem retirados do uso.
Jan Wörner, CEO da ESA, disse:
Imagine como seria perigoso navegar no alto mar se todos os navios perdidos na história ainda estivessem flutuando em cima da água. Essa é a situação atual em órbita e não pode continuar.
Nos últimos 60 anos, milhares de toneladas de lixo acumularam-se em torno da Terra, incluindo pedaços antigos de foguetes, cerca de 3.500 satélites desativados e um número estimado de 750.000 fragmentos menores, alguns causados por colisões entre pedaços maiores de lixo. Os fragmentos estão circulando tipicamente com uma velocidade de 20.000 km/h.
A menos que uma operação de limpeza seja montada, as chances de colisões aumentam à medida que milhares de outros satélites são colocados em órbita.
O financiamento da missão foi acordado no Space19 +, o conselho ministerial da ESA, que ocorreu em Sevilha, Espanha, no final de novembro. A missão será administrada por um consórcio liderado por uma startup suíça chamada Clearspace.
O objetivo do ClearSpace-1 é um pedaço de lixo chamado Vespa, que foi deixado em uma órbita a cerca de 800 km acima da Terra pelo foguete lançador Vega da ESA em 2013. O Vespa pesa 100 kg – do tamanho de um pequeno satélite – e foi selecionado porque possui uma forma simples e construção robusta, o que dificulta sua fragmentação quando for agarrado.
A sonda espacial ClearSpace “chaser” será lançada na órbita alvo, onde rastreará o satélite Vespa, o agarrará usando um quarteto de braços robóticos e o arrastará para fora da órbita, com o Vespa e o chaser queimando na atmosfera a caminho do solo.
Uma ambição futura é criar um robô de limpeza que possa ejetar lixo na atmosfera, antes de continuar capturando e “des-orbitando” outros pedaços de lixo.
Um trabalho árduo e dificílimo, que já deveria ter começado há muito tempo, pois logo nem sequer poderemos sair da Terra sem o perigo de sermos atingidos por um desses pedaços de lixo espacial.
Postar um comentário