Os cientistas detectaram estranhos pulsos magnéticos em Marte que só acontecem à meia-noite. A causa é desconhecida.
O veículo espacial robótico da NASA fez uma descoberta chocante em Marte que, embora intrigante para os pesquisadores até agora, pode ser a chave para entender o ambiente único do Planeta Vermelho.
O veículo espacial InSight designado para estudar Marte descobriu estranhas pulsações magnéticas na superfície do planeta à meia-noite. As explosões bizarras de energia magnética foram detectadas pelo magnetômetro conectado à espaçonave de ponta, relata a National Geographic.
Desde novembro do ano passado, a cápsula InSight coletou informações sobre a evolução e a composição do planeta, além de registrar seus tremendos “tremores de marte”, medindo a temperatura da crosta superior e medindo o campo magnético do planeta.
Mas, em uma reunião conjunta da Sociedade Astronômica Americana e do Congresso Europeu de Ciência Planetária (EPSC), foi revelado que não apenas havia esses pulsos estranhos que "agitavam" o campo magnético, mas a crosta de Marte também é muito mais magnética do que os pesquisadores Estava à espera.
Os dados da sonda também revelaram que a cerca de 100 quilômetros abaixo da superfície do planeta há uma camada de 2,5 quilômetros de espessura de alguma substância eletricamente condutora. Embora os cientistas não tenham certeza, alguns estão especulando que a camada poderia ser um corpo massivo de água, consistindo em sólidos dissolvidos ou água e gelo - e pode até ser possível que a camada se estenda por toda a planta.
Dave Brain, cientista de física atmosférica e espacial da Universidade do Colorado, familiarizado com os dados do InSight, observou que, como o veículo espacial pode cavar tão fundo quanto 16 pés abaixo da superfície, resta provar se essas vastas reservas de água são ou não existir. No futuro, no entanto, os cientistas esperançosamente encontrarão outras maneiras de descobrir o que está causando os sinais da potencial camada aquosa.
O que também torna a descoberta especialmente atraente para os cientistas espaciais é o fato de que Marte, ao contrário do nosso planeta Terra, sofreu um colapso em seu campo magnético global por aproximadamente quatro bilhões de anos. Na falta desse escudo crucial para se defender dos ventos solares do sol, o planeta foi despojado de sua atmosfera e se tornou o que é agora: um deserto frio com reservatórios de água secos e incapazes de sustentar a vida.
No entanto, o InSight conseguiu medir fortes sinais magnéticos das rochas próximas a ela, que são mais estáveis e até 20 vezes mais fortes do que o que havia sido previsto com base em medições anteriores tiradas da órbita.
Os cientistas envolvidos no trabalho ainda não identificaram se essas rochas estão no subsolo ou mais próximas da superfície - uma distinção importante a ser feita, porque se as rochas forem mais jovens e próximas da superfície, isso significaria que o campo magnético de Marte duraria muito mais do que os cientistas acreditam atualmente.
Embora os dados ainda não tenham sido submetidos a uma revisão por pares, as informações obtidas em menos de um ano antes do robô InSight pousar em Marte foram impressionantes.
Paul Byrne, geólogo planetário da Universidade Estadual da Carolina do Norte que não estava envolvido no trabalho da sonda da NASA, comentou:
"Estamos tendo uma visão da história magnética de Marte de uma maneira que nunca tivemos antes."
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