Ataques aéreos deixam dezenas de mortos na Síria, dizem equipes de resgate


Os ataques, supostamente realizados pelo próprio governo sírio ou pela Rússia, ocorreram nesta segunda-feira (22) em Maarat al-Numan, na província de Idlib. Número de mortos não é confirmado, mas agências falam em pelo menos 20.

Membros dos Capacetes Brancos da Síria procuram vítimas em prédio destruído por ataques nesta segunda-feira (22), supostamente realizados pelo governo sírio ou pela Rússia. — Foto: Syrian Civil Defense White Helmets via AP 

Ataques aéreos na cidade de Maarat al-Numan, no noroeste da Síria, deixaram dezenas de pessoas mortas nesta segunda-feira (22), informaram as agências de notícias Reuters e AP. Pelo menos 20 pessoas morreram, segundo a Reuters; a AP fala em, no mínimo, 23 mortos. 

Ambas as agências citam números das equipes de resgate; a AP também menciona levantamento de um grupo de monitoramento de guerra. 

O ataque, que supostamente teria sido cometido pelo próprio governo sírio ou pela Rússia, ocorreu em um mercado movimentado de Maarat al-Numan, que fica na província de Idlib, controlada por rebeldes. 


A região tem testemunhado intensos ataques aéreos e bombardeios quase todos os dias enquanto as tropas sírias, apoiadas pela cobertura aérea russa, tentam abrir caminho para o enclave perto da fronteira turca, diz a Associated Press.

“Há corpos pelas ruas. Que Deus se vingue do presidente russo, Vladimir Putin, e do presidente sírio, Bashar al-Assad, por seus crimes, disse à Reuters Abdul Rahman al-Yasser, membro da equipe de defesa civil de Idlib. Ele procurava por corpos sob os escombros, segundo a Reuters.

Mercados movimentados e áreas residenciais têm sido alvos frequentes de uma campanha travada pela Síria e pela Rússia desde o final de abril contra forças rebeldes, diz a Reuters. Ataques em áreas civis já mataram centenas de pessoas, de acordo com as equipes de resgate. 

Moradores dizem que a escalada de ataques nos centros urbanos provocou uma nova onda de deslocamento para a relativa segurança da área de fronteira com a Turquia. 

A ofensiva conjunta até agora não conseguiu fazer grandes incursões no território rebelde nas províncias de Hama e Idlib - onde os rebeldes tradicionais, apoiados pela Turquia ao lado de combatentes jihadistas, colocam uma feroz resistência em seu último bastião remanescente.

A Turquia, que chegou a um acordo em setembro passado com a Rússia para conter os combates, é vista por muitos civis em áreas de oposição ao governo sírio como uma protetora. O governo turco já afirmou que Moscou deve pressionar o regime de Bashar al-Assad a suspender o bombardeio. 

"A responsabilidade de parar os ataques do regime (em Idlib) é sobre a nossa vizinha Rússia", disse o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, à emissora turca TGRT Haber, segundo a Reuters. 


A Human Rights Watch, ONG com sede nos Estados Unidos, declarou no mês passado que a operação russo-síria usou "armas internacionalmente proibidas e outras armas indiscriminadas em ataques ilegais contra civis". 

A Rússia e o exército sírio negam as alegações de bombardeamento indiscriminado em áreas civis e afirmam combater militantes islâmicos inspirados pela al-Qaeda. 

As Nações Unidas estimam que pelo menos 330 mil pessoas tenham sido deslocadas desde o início da ofensiva.

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