Em meio ao acirramento das tensões no Oriente Médio, Câmara decide rejeitar medida planejada em "caráter emergencial" por Trump. Presidente deve agora lançar mão de seu direito de
Em Washington, Congresso bloqueou venda de armas no valor de 8,1 bilhões de dólares.
Em um revés para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Câmara dos Representantes bloqueou nesta quarta-feira (17/07) uma venda de armamentos americanos para a Arábia Saudita e outros aliados no valor de 8,1 bilhões de dólares.
Os congressistas – muitos dos quais ainda indignados com o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi no ano passado atribuído a agentes sauditas – aprovaram três resoluções para evitar a venda anunciada por Trump no inicio do ano como medida em caráter emergencial.
Trump, que visa reforçar os laços entre Washington e Riad, prometeu vetar as medidas, que receberam apoio de ambos os partidos majoritários. Na votação, duas das resoluções foram aprovadas por 238 votos, e uma terceira por 237.
Elas já haviam sido aprovadas pelo Senado no mês passado, mas, assim como ocorreu agora na Câmara, ficaram abaixo da maioria de dois terços que impede o veto presidencial.
Apesar da aprovação na Câmara ao bloqueio por expressiva maioria, faltaram cerca de 50 votos para evitar a possibilidade de veto. Esta deverá ser a terceira vez que o presidente recorre a esse mecanismo para tentar anular uma decisão do Congresso.
Trump planeja 22 vendas separadas de equipamentos de manutenção de apoio a aeronaves, munições teleguiadas de precisão e outros equipamentos para a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Jordânia, num momento em que aumentam as tensões no Oriente Médio.
Os opositores afirmam que a venda dos armamentos poderá acirrar ainda mais a guerra civil no Iêmen, onde a Arábia Saudita lidera uma coalizão internacional que combate a insurgência dos rebeldes houthi, apoiados pelo Irã. A ONU afirma que esse conflito gerou a mais grave crise humanitária do mundo.
No Oriente Médio, as atenções se voltam para o agravamento da crise com o Irã. O país anunciou recentemente violações dos limites estabelecidos pelo acordo nuclear de 2015 para o nível de enriquecimento de urânio, após os EUA abandonarem o tratado e reimporem pesadas sanções econômicas contra Teerã.
O Irã foi acusado de envolvimento em uma série de incidentes no Golfo Pérsico, sendo culpado por ataques a navios petroleiros e quase se tornando alvo de um bombardeio americano em seu território, que Trump afirma ter cancelado na última hora, em represália à derrubada de um drone americano pelos iranianos.
Em maio, o governo americano adotou uma medida extraordinária ao contornar o Congresso e aprovar a venda dos armamentos, justificando que o Irã representa uma "ameaça fundamental" à estabilidade do Oriente Médio, o que, segundo o secretário de Estado, Mike Pompeo, justificaria a medida em caráter de emergência.
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