CARACAS — O governo da Venezuela denunciou que "um avião espião" americano ingressou novamente no espaço aéreo do país nesta segunda-feira, sem notificar as autoridades aeronáuticas. Segundo o ministro da Comunicação Jorge Rodríguez, foram 78 violações do espaço aéreo venezuelano por jatos dos Estados Unidos neste ano.
— São aviões espiões de guerra americanos, que carregam mísseis e também fazem parte da frota de reconhecimento aéreo da Marinha dos EUA. Os Estados Unidos persistem em sua agressão contra a Venezuela — disse Rodriguez em um discurso transmitido na TV estatal.
O ministro também insistiu em que as ações lideradas pelo líder opositor Juan Guaidó — que se autoproclamou presidente interino em janeiro e foi reconhecido por mais de 50 países, incluindo o Brasil — aumentaram as incursões de aeronaves americanas no espaço aéreo venezuelano.
Em um novo sinal da crescente hostilidade entre os dois países, o Exército dos Estados Unidos disse no domingo que um caça venezuelano seguiu "agressivamente" um avião Aries II EP-3 da Marinha americana que sobrevoava o espaço aéreo internacional na sexta-feira.
O governo da Venezuela, por sua vez, afirmou que as Forças Armadas do país rechaçaram "a incursão de uma aeronave de reconhecimento e inteligência dos EUA" na área de voo do aeroporto de Maiquetía , próximo a Caracas .
— Qualquer aeronave deve comunicar à torre de controle correspondente quando está fazendo um determinado voo. Quando isso aconteceu, uma aeronave venezuelana era responsável por cumprir o procedimento para evitar os riscos desse sobrevoo. Sua excursão agressiva e perigosa põe em risco a segurança aeronáutica dessa zona aérea — disse Rodríguez, acrescentando que essas incursões violam a lei internacional e a Constituição.
Os Estados Unidos afirmaram que "realizam rotineiramente missões de reconhecimento e monitoramento na região, reconhecidas e aprovadas multinacionalmente para garantir a segurança e o bem-estar de cidadãos e parceiros".
No comunicado divulgado no domingo, o Exército dos EUA informou que o avião foi abordado de modo "não profissional" pelo caça Sukhoi Su-30 sobre águas do Caribe.
— Não são aviões com cargas humanitárias, são aviões de espionagem, de guerra — rebateu o ministro venezuelano.
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